quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Fênix e o lobo solitário





Nas profundezas de um ser habita uma fênix
Que ressurge das inseguranças e fragilidades de um ser
Corroído pela covardia de uma vida pouco vivenciada pelo amor.

No interior de uma caverna circula uma Fênix deteriorada pela
Ausência de entusiasmo de um ser fragilizado por não conseguir
Ser ele mesmo na sua essência.

Por um lugar ermo e afastado das metrópoles percorre um lobo solitário
Acostumado a não conviver com seu eu verdadeiro e de tanto fugir
De si mesmo acabou se perdendo, desencontrando-se, virando um 
Prisioneiro do tempo – prisioneiro do desconhecido,
prisioneiro de si mesmo.

Enclausurado – amargurado suplicando as forças cósmicas um alento,
Uma ajuda para cessar a dor que de tanto não sentir-
Intui seu fim – festeja uma vida pouco sentida – pouco sofrida.

Festeja sim ! por sentir-se navegando sem destino – sem rumo .
 Se alegra em saber que jamais voltará a conviver consigo mesmo.

Contrariando as leis naturais e lógicas da vida assim vivem a
 Fênix e o lobo solitário .




terça-feira, 14 de setembro de 2010

O Sonho




O ato de sonhar penso que seja algo intrínseco ao ser humano. Pois, para vivermos temos que atribuir sentido, significados a nossa Vida. Todavia, para sonhar é necessário ser livre e isto pressupõe libertar-se
de prisões perceptíveis e imperceptíveis. O Sonho é um ato corajoso, sábio e amoroso. Visto que, precisamos tomar decisões e estas devem abarcar interesses e anseios individuais e coletivos. Viver é sonhar e uma vida sem sonho é uma vida sem sentido (inexistente-em estado  "vegetativo”),  é ser um morto-vivo, uma cadáver ambulante.

A nossa auto-estima está diretamente relacionada com o desenvolvimento de habilidades interiores que refletem no exterior. Á medida que vamos externalizando nossas emoções-sentimentos, através das artes (Desenho, Música –Teatro - Pintura, Dança etc.), mais fortes, convictos – confiantes ficamos.

O desenvolvimento da inteligência através das leituras diárias (cozinha- varridas- Faxinas- namoro, etc.), nos torna indivíduos mais confiantes. 

È impossível, a confiança interior (auto-estima) brotar sem haver amor próprio. Porém devemos entender que a perversidade colonial fez-nos defensores de um ódio interno (pois nós mesmos nos odiamos) e isso inviabiliza os nossos sonhos, sentimo-nos incapaz e é essa postura que nos faz desistir. O cansaço é uma mera desculpa!

O sonho depende muito da nossa capacidade de nos amarmos, pois como podemos acreditar que somos capaz de mudar o mundo se não conseguimos mudar a nós mesmos? Como sonhar – acreditar que passaremos no vestibular se nos inferiorizamos- agredimo-nos, violentamo-nos diariamente com xingamentos racistas de feio e “burro” , acompanhado de pensamentos pessimistas – Não consigo – vou desistir?

A desistência do sonho é o reflexo de um espírito froxo-covarde que assimilou todas as perversidades ideológicas racistas- coloniais. Desistir é a simbologia máxima de quem se julga incapaz ,inferior ,medíocre,  otário, otária. 

Viver sem sonhar é como andar sem pernas, respirar sem pulmões e nariz , e  estar vivo não implica em acordar- andar- trabalhar e dormir. Mas sim, Fazer de cada dia uma dança amorosa, onde eu me estímulo com canções bonitas e limpas, danças e relacionamentos frutíferos. Sonhar é viver e a vida sem sonho é uma vida morta - sem brilho, é ser um morto-vivo um cadáver que alguém esqueceu de enterrar.