domingo, 24 de abril de 2011

Filho de Narciso e o Espelho Quebrado



O encontro diário com o espelho, os momentos intermináveis nos salões de beleza, as intervenções cirúrgicas e a utilização de anabolizantes são heranças de Narciso com uma pequena diferença, Narciso se apaixona pela sua aparência e não por modelos padronizados de beleza.

O encanto e o fascínio que as pessoas têm desenvolvido por uma estética de plástico e um “corpo perfeito” tem desenvolvido sérios problemas psico-emocionais e orgânicos, tais como ; depressão, anorexia dentre outros distúrbios alimentares.

Não se trata de negar a importância de cuidar da saúde ou de fazer atividade física regular para sentir-se melhor, a análise que faço é quanto à busca pelo corpo do outro numa espécie de “usurpação antrofágica”, isto é, adquirir, consumir, apropriar-se do corpo de outrem. Visto que é o corpo da modelo x que está na moda ou do modelo y que é aceito, desejado.

Essa visão de mundo entrelaçada por ideologias submersas na indústria estética tem levado a um vázio existencial sem precedentes e tem atingido ferozmente a cultura.

O vázio existencial caracteriza-se por não mais valorizarmos o humano em suas múltiplas dimensões criativas, sensíveis, inteligentes seu caráter dentre outras características.

A cultura tem sido atingida justamente pela submissão a padrões de beleza sem levar em conta o real talento do artista isso pode ser melhor visualizado nas novelas e no teatro brasileiro, onde cada vez mais tem sido invadido  por supostos atores e atrizes vindos das passarelas, Big Brother etc.

Portanto, a humanidade está submersa em uma estética de plástico e encontra-se em conflito existencial devido a uma auto-imagem mal estruturada submissa a padrões de beleza.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

A Fragmentação do Conhecimento

O cerebral não deve Subverter o corporal. Tendo em vista que o cerébro está integrado ao corpo, não funcionando, existindo distante desse.

A educação, em especial, acadêmica prioriza, o intelecto e subverte o corpo ao cerébro. Essa despreza os aspectos psico-emocionais e a mobilidade deste corpo.esse modelo educacional tem promovido corpos desarticulados de si mesmo, ou seja, a auto-imagem destes não encontram uma existência concreta em suas próprias vidas. 

O conhecimento , o qual, deveria servir como instrumento de auto- conhecimento e interação social tem sido utilizado para dominar.


Entender a consciência subordinada a mente não aprofunda a nossa visão integral de humano, ao reduzirmos  o todo as partes, o corpo em seus múltiplos  processos orgânicos não pode limitar-se a um deles, o cérebro.

sábado, 9 de abril de 2011

A unidade da Vida

O humano não é só fisíco, pois em momentos onde a fragilidade fisíca- saúde se mostra presente percebemos a importância de algo que transcenda o corpo, no caso, o espírito.

Os acidentes, as doenças de toda ordem, assim como a morte, nos coloca em contato com o não físico, a fé, substância essencial no fortalecimento espiritual, alimento do espírito. Nesses momentos da vida surge uma energia poderosa intitulada Deus.

A existência ou construção da sua existência nos revela a fragilidade da matéria - corpo dissociado dessa energia.

As orações mentalizadas ou verbalizadas,assim como as meditações também são exercícios que nos coloca em contato com o espírito, todavia, não devemos separar o corpo do espírito. Esse é o locus do espírito, uma espécie de roupa sofisticada.

Cabe fazermos algumas perguntas quanto a essa relação matéria e espírito. Será que tudo o que vemos corresponde a essência aparente ou somos teleguiados por padrões que assimilamos em nossa vida ?

A construção de uma visão extremamente presa a uma matéria, ao palpável - concreto nos levou ao longo da história da humanidade a desenvolver o pré-conceito com as questões imateriais, espirituais.

Concebemos um absurdo pensar a reencarnação, a evolução espiritual, colocamos as questões espirituais em último plano em nossa vida. Esse entendimento reducionista nos leva a não compreendermos problemas sociais tais como; a violência e as doenças.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Mãos Terapêuticas

O Caminhar Trágico de um ser suicída, solitário vivendo no abismo de um ego conflitante. 

Um ser  que desde de tempos longínquos não soube lidar com a rejeição.

O cárcere amargurado de um sofrimento alimentado no seio materno.

As confusões ardentes sedentas por uma realização transcendente mescla-se com a intranquilidade afetiva deste ser.

 Precisava do vento no rosto, ansioso por um toque mágico.

Há uma mão terapêutica  que afaga este peito contraído de cícatrizes reprimidas.

Há uma mão querendo curar um corpo submerso em desilusões. Ele entregou-se antes mesmo de conhecer-se.

Há uma mão querendo organizar as perturbações experenciadas por este corpo.

Há uma mão terapêutica querendo devolver uma vida que quase se perdeu em devaneios.